quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Um cadáver chamado neoliberalismo

Um espectro ronda o mundo. o espectro daquele que foi um dia o poderoso neoliberalismo. Junto dele, seus fantasmas que o pariram nesta ópera-bufa e macabra: o laissez-faire e a especulação financeira desmedida, desregulamentada e sem fiscalização pelo Estado.
O Estado tão odiado pelos vassalos do Deu$-mercado, agora é o porto seguro, o esteio em que tentam se amparar os até uma quinzena de dias atrás, defensores da inciativa privada e praticantes da orgia financeira.

O governo dos EUA derrama bilhões de dólares pra salvar os quebrados bancos; As bolsas oscilam, os economistas da mídia corporativa suam...será o fim de uma era tão rentável? Será o fim do carnaval financeiro que agora se desdobra num grande funeral globalizado, em que os suicidas do mercado procuram arrastar o mundo inteiro para o seu abismo infernal?

Alguns falam em uma espécie bizarra de "novo socialismo", cuja socialização dos prejuízos dos ricos deve ser estendida á toda sociedade mundial. Muito conveniente, não?
A produção e acumulação de riqueza é volátil e abstrata nas finanças globalizadas. É tudo papel!

De pires na mão, os outrora arrogantes defensores do estado mínimo tais como filhinhos de papai rebeldes, voltam pra casa do papai-Estado com uma mão na frente e outra atrás. Gastaram toda mesada dada pelo Papai-Estado. Se meteram numa roubada, como a de ser expulso de um motel com a namorada por não pagar, e parar numa delegacia. Aí então o playboy neoliberal liga do celular pro detestável papai e pede pra pagar sua fiança para que seja solto.

Este exemplo de ambivalência edipiana, faz com que se confirme que pelo ponto de vista da economia política, a globalização agoniza como teoria e agora como prática. Os "Chicago boys" experimentam o gosto do fracasso. Esta é queda do seu muro, o seu 11 de setembro particular.

"Uma esmolinha, pelo amor de Deus!"

Agora, é só botar o defunto no caixão e sepultá-lo. Entretanto, é preciso ter certeza de que esteja morto e não retorne a vida tal como um zumbi.
O neoliberalismo é um cadáver fresquinho que ainda será necrofiliado por seus idólatras, viverá em suas mentes como nostalgia daqueles dias em que lucraram sem interferência do Estado, daqueles dias ensolarados em Cayman; e perecerão tão logo as brumas se dissipem e o fogo fátuo do cadáver neoliberal se fazer perceber num túmulo do cemitério da história.

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